"Eu acho que escultura com madeira é uma coisa que eu já nasci fazendo. Não consigo lembrar qual foi a primeira que eu fiz", conta Roberval Layus com uma voz calma. Talvez essa tranquilidade na hora de falar esteja ligada a sua profissão de artesão. Cuidadosamente ele escolhe as palavras, assim como é preciso para transformar aquele pedaço de madeira em arte, nada pode fugir do controle, caso contrário, perde-se a obra.
Ele já é escultor há mais de 30 anos – ou desde quando nasceu, como gosta de dizer. “Minha familiaridade com o universo das ferramentas escultóricas vem da infância. Meu avô tinha grande interesse pela marcenaria e meu bisavô era carpinteiro. Desde cedo comecei a brincar de esculpir com facas de cozinha em barras de sabão e fiz meus próprios brinquedos”, destaca o artista cuja exposição “Entre Artes”, começa dia 15 de outubro no Sesc Pompeia, no espaço das Oficinas de Criatividades.
Mas por que uma exposição no mesmo local das oficinas? Isso é porque a história de Roberval Layos está ligada com a do Pompeia. E vice-versa. Logo quando a antiga fábrica de tambores se transformou na Cidadela da Liberdade, ele entrou para dar aula nas oficinas de marcenaria, e ali, ainda jovem, "sem nem completar 30 anos", já participou da montagem de importantes exposições, ainda com a presença da Lina Bo Bardi.
Nas Oficinas de Criatividade, em meados dos anos 1980, ele fez de tudo, chegando até a se vestir de barata para a exposição infantil “Entreato para crianças”.
Não se arrepende de nenhuma aventura que passou nas oficinas, pois foi assim que começou a entender sobre o trabalho de cenotécnico, profissão que lhe acompanha desde então, e que já lhe rendeu a montagem de exposições junto a Bienal de São Paulo, entre outros museus no Brasil e no exterior. "Eramos todos jovens e a gente podia experimentar", relembra.
Em "Entre Artes" ele reúne suas obras escultóricas, desde os primeiros desenhos, o uso da madeira, do entalhe e da fundição em gesso e bronze. Além disso mostra as ferramentas que Roberval usa no seu trabalho.
Serão apresentadas em torno de 90 peças que foram produzidas nos últimos 10 anos. "O meu trabalho é extremamente manual", explica Roberval. Basta um olhar atento nos detalhes de suas obras para perceber.
Para aqueles que querem participar das Oficinas de Criatividade do Sesc esta é uma importante exposição, tanto para incentivar a continuar a trilhar o caminho como também para conhecer as etapas artísticas, afinal todo trabalho tem um processo muitas vezes árduo, por isso Roberval insiste em mostrar todo o processo artístico.
"Tem que se dedicar muito, entrar de coração" conta Roberval para aqueles que estão começando a participar das Oficinas do Pompeia. Fica então a dica de quem sabe.
Fonte: https://portal.sescsp.org.br/online/artigo/9440_O+PROCESSO+ARTISTICO+DE+ROBERVAL+LAYUS
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