Nelito Cavalcanti , Óleo Sobre Tela , Gafieira , 25x33cm.g1

Código: WQXGUQFLS

Manoel Feitosa Cavalcanti Filho (1933-2008)

Quebrangulo/AL, Brasil, 08/08/1933
Pintor. Assina NELITO.

Nelito Cavalcanti (artesão)

1933 - 2008

"Nelito não é um artista popular no sentido em que viemos trabalhando até agora no projeto da Sala do Artista Popular: basicamente autodidatas que desenvolveram sua técnica a partir de acasos, experiências e informações assistemáticas.

Durante quatro anos Nelito freqüentou cursos na Escola de Belas artes, submetendo-se a um aprendizado formal, entrando em contato com os pintores célebres da história e as escolas e técnicas mais reconhecidas. Aprendizado que conciliava da melhor forma possível com seu trabalho de auxiliar de instrutor na cavalaria, onde ingressou rapaz e reformou-se por tempo de serviço. Cavalcanti (como é conhecido onde mora e como era chamado na cavalaria) nunca foi instrutor, cargo exclusivo da carreira de oficiais, mas era monitor de turma e desenhista dos murais usados na instrução. Sua familiaridade com a montaria e com o desenho são heranças do tempo de garoto, no interior de Alagoas.

Naquela época e naquele sertão, carro era coisa rara, sendo o lombo de cavalo o meio de locomoção mais usado. Na escola cobria as páginas dos cadernos com desenhos, muitas vezes desatento às aulas, não tendo nunca se sobressaído como bom aluno. Morava em frente à estação de trens, onde ia diariamente com o pai que trabalhava na coletoria, sendo por esse alertado com veemência contra o perigo da locomotiva que chegava soltando fumaça e chupava as pessoas que se aproximassem demais, atraindo-as para si. Essa ilusão garantia que o garoto se mantivesse bem agarrado às calças do pai, apavorado diante daquele monstro barulhento e sugador de gente.

Quando pedimos para Nelito identificar o momento em que despertou para a arte, contou-nos que o primeiro desenho feito retratava um fato que presenciou, impressionando-o muito:

Em 1938, por aí, mataram Lampião, e os cabras de Lampião junto com ele foram colocados em vidros e transportados para algumas estações. Inclusive na cidade onde eu morava, na cidade de Viçosa, eles deixaram as cabeças para o público ver. Que ninguém acreditava que mataram Lampião. Então, a primeira estação, o primeiro desenho que eu fiz foi exatamente aquelas cabeças e o pessoal ali na estação. Eu tentei fazer, mas não saiu direito, eu tinha uns 8, 10 anos...

(...)

O ingresso no exército foi a solução encontrada para melhorar de vida e vir para o sul, e a cavalaria foi escolhida justamente por que já sabia montar. Embora sempre ligado à instrução de equitação, como auxiliar, monitor e desenhista, Nelito, já no Rio, também trabalhou como paginador, diagramador de gibi e caricaturista da TV Guia, revista lançada nos primórdios da televisão no Brasil.

Dentro dessa trajetória, Nelito, apesar de nunca ter sido bom na parte teórica, sempre se interessou especialmente pelas matérias que percebia que poderiam ajudá-lo em sua arte, como matemática e escala. Assim, acabou nos bancos da Escola de Belas Artes, como aluno de regime livre, onde absorveu a informação formal sobre pintura, escolas e técnicas diversas". (SOUZA, Marina de Mello e. Trilhos da memória carioca: pinturas de Nelito Cavacanti, 1989).

Faleceu em 2008.

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